domingo, 21 de fevereiro de 2010

Viana do Castelo

Viana de Castelo é uma cidade portuguesa da região do Alto Minho, situada entre o mar e o rio e rodeada de uma zona rural altamente produtiva que permite aos seus habitantes conservarem e cultivarem as suas tradições e usos populares de longa data. Viana do Castelo é uma cidade do século XIII (fundada em 1258), mas também aí poderá encontrar ruínas de uma citânia pré-romana no monte de Santa Luzia.

História

A história da criação de Viana da Foz do Lima, como era chamada , deve a sua fundação a D. Afonso III, que lhe concedeu foral em 18 de Julho de 1258, fazendo erguer junto à foz uma robusta torre de modo a afastar os piratas provenientes da Galiza e Norte de África, que frequentavam esta região.
O Florescente comercio marítimo com o norte da Europa, para onde os barcos levavam o vinho, fruta e sal trazendo em troca cutelarias, panos, tapeçarias e vidro, faz de Viana uma terra de ricos armadores, que dotaram a povoação de um vasto território monumental e artístico. D. Maria II, para premiar o gesto de lealdade da população de Viana, que não se rendeu às foças sublevadas do Conde das Antas, determinou que fosse elevada à categoria de cidade com o nome de Viana do Castelo em 20 de Janeiro de 1848.
Na cidade moderna, que cresceu junto ao rio Lima, poderá encontrar ruas velhas onde talvez possa ouvir o sussurro da antiga cidade medieval.
O centro histórico é bem delimitado e aqui misturam-se e sobrepõem-se estilos diferentes, desde o manuelino até o barroco. Preserva-se um conjunto impressionante de casas nobres e de praças Sede de Conselho e Capital de distrito, a cidade de Viana do Castelo, conhecida por " princesa do Lima " situa-se na margem direita do rio Lima, junto à foz a cidade estende-se entre o mar e o rio em terreno quase plano. A construção naval é a sua actividade industrial mais importante, sendo também importantes as celuloses e o ramo alimentar.

O seu ex-libris é a Basílica do Monte de Santa Luzia, construída, no início do século XX, à semelhança do Sacré Coeur de Montmartre (Paris), de onde se pode admirar uma vista espectacular não só sobre a cidade e as praias atlânticas como igualmente, em dias de céu limpo, desde a Póvoa do Varzim, a sul, até ao monte de Santa Tecla, em Espanha. Um funicular, a funcionar durante o verão, estabelece a ligação entre a cidade e o cimo do monte, onde, para além da basílica e jardins envolventes, pode ser observado o imponente edifício da Pousada.
Viana distingue-se no desenvolvimento das nossas póvoas marítimas medievais e modernas. Lucrou devido ao desenvolvimento do comércio marítimo e ao dinamismo da sua gente. Desde muito cedo se fez ao mar largo, levando homens, vinho e sal, mercadejando produtos ultramarinos e trazendo outros bens, como os panos e o bacalhau. Viana tem como que um microclima arquitectónico, em que o seu centro histórico foi preservado e manteve-se adverso às modas passageiras, mantendo o seu traçado inicial.
É em Maio, com as Festas das Rosas ou dos Cestos Floridos de Vila Franca do Lima, que começa o ciclo das Festas Vianenses é, sem dúvida, em Agosto, nas incomparáveis e magníficas Festas de Nossa Senhora d'Agonia, que a tradicão atinge o seu maior expoente. A procissão ao mar e as ruas da Ribeira, enfeitadas com os tapetes floridos, são testemunhos da profunda devoção religiosa. A etnografia tem o seu espaço nos desfiles do Cortejo Etnográfico e na Festa do Traje, onde se podem admirar os belos trajes de noiva, mordoma e lavradeira, vestidos por lindas minhotas que ostentam peitos repletos de autênticas obras de arte em ouro.

Trajes
O trajo tradicional de um povo é simplesmente um entre os numerosos indicadores sócio - culturais e históricos deste e reflectem os vários parâmetros que contribuem para a coesão de uma unidade social.
Qualquer região portuguesa conta com trajos de ordem cerimoniosa e uma variedade de uso quotidiano, indicando estes os valores culturais, religiosos, morais, de riqueza, as actividades económicas da zona, e a repartição de tarefas entre o homem e a mulher. No geral, as características dos trajos portugueses indíciam a lavoura e pesca como as principais actividades do território.Embora ostentando semelhanças de norte a sul, os trajos tradicionais portugueses oferecem uma signficativa diversidade, sendo possível identificar a unicidade de cada uma das regiões que compôem o território nacional.


Os bordados

É pois muito antiga a tradição do bordado português de Viana do Castelo e assim os seus motivos não só nos transportam a um passado cuidadosamente preservado como nos encantam pela sua ingenuidade e graça espontânea. Os bordados são uma das marcas da cidade de Viana do Castelo, a par da filigrana. O bordado de Viana do Castelo data do tempo em que as camponesas tinham por hábito alindar as suas roupas. Os motivos do bordado são utilizados no traje e em toalhas de mesa e inspiram-se em flores (rosa, lírio, campânula, japoneira), folhas (hera, trevo), animais domésticos, símbolos, elementos geométricos, sendo o mais característico o coração. A linha é de algodão azul, vermelha e o pano de cor branca ou crua. Os pontos utilizados são: formiga, pé de flor, cadeia, crivo, grilhão entre outros. Estes bordados inspiram-se nos trajes antigos das populações rurais femininas. Eram realizados em algodão e fio de lã.

Algumas características dos Bordados de Viana

Os bordados de Viana podem ser encontrados em diversos objectos, como panos de mesa, toalhas, vestidos, camisas, sacos de trabalho, caixa de amêndoas, capas de álbuns, entre outros. Inspiram-se em flores (rosas, lírio, campânula, japoneira), folhas (era, trevo), animais domésticos, símbolos, elementos geométricos, sendo o mais característico o coração. Estes bordados, inspiram-se nos trajes antigos das populações rurais femininas, e eram realizados em algodão (a camisa, o lenço de amor, o lenço de balbinete e as chinelas) em fio de lã (saias, aventais, algibeiras, e coletes, cujos bordados são enriquecidos com o emprego de “ruches”, missangas, vidrilho e lantejolas, sendo todos contornados por um “fio de brilho”, ou seja, um fio grosso de algodão branco, em volta do qual se enrola em espiral, uma delgada lâmina metálica).
a) Os bordados no traje à Vianesa
Podemos encontrar bordados nos trajes à vianesa na saia, no avental, no colete, na camisa, na algibeira, nos lenços de amor, nas chinelas (trajes de festa), e nos lenços de balbinete.

b) Características das temáticas dos bordados
As silvas, os corações, as rosas, as japoneiras, as foices, os frutos, os animais e alguns elementos geométricos (triângulo, quadrado e losango) são os principais elementos que constituem os bordados
c) Os pontos dos bordados

Os pontos dos bordados eram um trabalho manual que requeria muita paciência e talento. No entanto, hoje em dia, com o avanço da técnica, muitos desses pontos são executados à máquina, o que faz com que estes percam alguma qualidade. Os pontos são vários: ponto aberto, cheio, cordão, crivo, ponto de cruz, espinha de peixe, ponto formiga, nozinho, pé de flor, pregas de imprensa, cadeia, grilhão, etc.

d) A cor dos bordados
Os bordados de Viana distinguem-se pela variedade de cores utilizadas: azul, vermelho e branco; ou apenas azul e branco ou vermelho e branco.

Filigrana

Filigrana é o trabalho ornamental feito a partir de fios de ouro desde a época dos romanos. Este trabalho é feito no norte do nosso país.A filigrana é a arte de trabalhar finíssimos fios de ouro e, soldando-os ou enroscando-os obter com eles os mais variados desenhos. São conhecidos 2 tipos de filigrana: a filigrana de aplicação que é utilizada na decoração de formas tradicionais e a filigrana de integração em que a jóia de forma tradicional é composta unicamente de filigrana trabalhada sobre um ”esquelete” ou armação. Exemplos de peças em filigrana: arrecadas oscilantes, brincos á Rainha, brincos á camponesa, pingentes, coração, Cruz de Malta, Borboletas, Alfinetes de flor e de laço, Argolas de Requife, Colar de olho de perdiz, Custódia, Brincos de marchanta ou carniceira.
As peças mais conhecidas são os corações, borboletas em filigrana de ouro e as brasileiras ( um cordão típico) que nas Festas da Agonia todas as raparigas trazem ao pescoço, com as suas vestes folclóricas.


Para além dos produtos citados em cima, temos também a loiça (artesanato mais tradicional da cidade ) .

Louça de Viana

Para além dos produtos citados em cima, temos também a loiça (artesanato mais tradicional da cidade ) .
Viana do Castelo apresenta um dos centros cerâmicos mais qualificados de Portugal. A origem da fábrica da louça de Viana remonta o ano de 1774 e iniciou a sua actividade em Darque, no lugar do Cais Novo, actualmente continua a sua actividade na Meadela.
A pasta utilizada na produção das peças é feita com o finíssimo caulino oriundo de Alvarães, ao qual é adicionado barro e areia. É uma pasta fina e de dureza relevante, através da qual se produz louça leve e delicada, em formas e cores alegres, com motivos de elementos vegetais, geométricos e formas humanas.
A louça de Viana é pintada à mão sobre fundo leitosos e muito apreciada pelos coleccionadores devido à variedade e originalidade das formas e da decoração, com predomínio do azul e da cor-de-vinho. Cada peça é rigorosamente pintada à mão e é única, um objecto pintado de manhã nunca será igual a outro pintado à tarde, tudo depende da personalidade do artista.
Tipos de Louça

· Louça utilitária: Esta louça permite o uso directo do frigorífico e do forno. O seu comportamento é inalterável às diferenças de temperatura. Estas peças formam serviços e conjuntos.

· Louça decorativa: É muito apreciada pela sua consistência, variedade e originalidade das formas. Tem como cores predominantes o azul, amarelo, verde e cor-de-vinho.

· Peças de Colecção: São peças especialmente concebidas para coleccionadores, são peças exclusivas de edição limitada a 500 exemplares.

Gastronomia

A gastronomia de uma região é um dos aspectos mais marcantes e Viana do Castelo não foge à regra.
Na região da Costa Verde, podemos encontrar todos os deliciosos pratos do norte, como o caldo verde, o bacalhau, os rojões, o pato com arroz, entre outros pratos regionais. Em Viana do Castelo, o arroz com bacalhau e o polvo à Margarida da Praça. Em Caminha, o eiroz cozido e o sargo. Em Paredes de Coura, o bacalhau à Miquelina; em Monção, o cabrito assado, o sável e a lampreia; em Melgaço, os presuntos; no Porto, as famosas tripas.Em relação às sobremesas, podemos saborear ricos e variados doces confeccionados, tradicionalmente, pelas freiras - "São Gonçalo" e "papos de anjo", o "doce de travessa", o "arroz doce" e a "aletria", as "rabanadas", os "sonhos" e os "mexidos", o delicioso "pão de ló" (o de Ovar é especialmente reputado) e os doces à base de gema de ovo e de massa de amêndoa. Quantos a bebidas, os vinhos do Porto e os vinhos Verdes são o máximo.

Lenda do Rio Lima

Diz-se que quando as legiões romanas chegaram, no século I a.C., à foz do rio Lima, de tal forma se assombraram com a paisagem que pensaram estar às portas do paraíso, com o Lethes, o rio do esquecimento mesmo à sua frente. E estes homens recusaram-se a dar mais um passo. O cônsul que os acompanhava, empunhando o estandarte de Roma, atravessou o rio a vau. Aí chegado, chamou os seus homens um por um pelo seu respectivo nome. Só assim se convenceram os soldados que o Lima não era o rio do esquecimento.



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