quarta-feira, 3 de março de 2010








 O Castelo de Almourol foi levantado num afloramento de granito, que constitui esta pequena mas enigmática ilha com 310 metros de comprimento e 75 de largura, na freguesia de Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém.

Não há certezas sobre o momento do lançamento da primeira pedra para o Castelo de Almourol. A pesquisa arqueológica remete para vestígios do tempo romano, no século I antes de Cristo. Especula-se mesmo sobre um muito mais antigo castro pré-histórico naquele lugar. O que é indiscutível é que, antes da Reconquista Cristã, Almourol foi fortim para alanos, visigodos e mouros.

Ao longo dos séculos, o Castelo de Almourol passou por sucessivas reedificações. O monumento que o visitante de hoje encontra está identificado como notável amostra da arquitectura militar da época dos Templários: tem a planta quadrangular delimitada por muralhas altas reforçadas por torres adossadas com uma mais altaneira torre de menagem. Uma placa epigráfica que encima o portão principal do castelo dá-nos a preciosa indicação de que as obras foram concluídas em 1171, sob a influência de Gualdim Pais, o quarto Grão-Mestre da Ordem dos Templários em Portugal. Era o tempo do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques (1112-1185). Sabe-se que o rei conquistador entregou o castelo à Ordem Templária, a quem estava atribuída a missão de povoamento dos territórios entre o Mondego e o Tejo, num tempo em que Coimbra era capital do reino.


O castelo tornou-se então um ponto nevrálgico do médio Tejo. Assumiu larga importância no comércio entre Lisboa e outros locais do território.

Concluída a conquista do que é hoje o território português, com a posterior extinção da Ordem do Templários (em 1311), o Castelo de Almourol foi transferido para a tutela da Ordem de Cristo.

Sabe-se que o grande terramoto de 1755 também abriu brechas em Almourol. O coroamento uniforme das muralhas por ameias e merlões fixa uma fase de reedificação em meados do século XIX. Data desse tempo a entrega do Castelo de Almourol ao encargo do Exército português.

Em 16 de Junho de 1910, o Castelo de Almourol recebeu por decreto régio a classificação de Monumento Nacional de Portugal. É, sem dúvida, uma maravilha de Portugal.



Situado numa pequena ilha escarpada, no curso médio do rio Tejo, o Castelo de Almourol é dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da Reconquista, sendo, simultaneamente, um dos que melhor evoca a memória dos Templários no nosso país.

As origens da ocupação deste local são bastante antigas e enigmáticas, mas o certo é que em 1129, data da conquista deste ponto pelas tropas portuguesas, o castelo já existia e denominava-se Almorolan.

Entregue aos Templários, principais responsáveis pela defesa da capital, Coimbra, o castelo foi reedificado e assumiu as características arquitectónicas e artísticas essenciais, que ainda hoje se podem observar. Através de uma epígrafe sobre a porta principal, sabemos que a conclusão das obras foi em 1171, dois anos após a grandiosa obra do Castelo de Tomar. São várias as características que unem ambos, numa mesma linha de arquitectura militar templária. Em termos planimétricos, a opção foi por uma disposição quadrangular dos espaços. Em altura, as altas muralhas, protegidas por nove torres circulares adossadas, e a torre de menagem, verdadeiro centro nevrálgico de toda a estrutura.

Estas últimas características constituem dois dos elementos inovadores com que os Templários pautaram a sua arquitectura militar no nosso país. Com efeito, como deixou claro Mário Barroca, a torre de menagem é estranha aos castelos Pré-românicos, aparecendo apenas no século XII e em Tomar, o principal reduto defensivo templário em Portugal1. A torre de menagem do castelo de Almourol tinha três pisos e foi bastante modificada ao longo dos tempos, mas mantém ainda importantes vestígios originais, como a sapata, que nos dá a dimensão geral da estrutura. Por outro lado, também as muralhas com torreões adossados, normalmente providas de alambor, foram trazidas para o ocidente peninsular por esta Ordem, e vemo-las também aplicadas em Almourol.

Extinta a Ordem, e afastada a conjuntura reconquistadora que justificou a sua importância nos tempos medievais, o castelo de Almourol foi votado a um progressivo esquecimento, que o Romantismo veio alterar radicalmente. No século XIX, inserido no processo mental de busca e de revalorização da Idade Média, o castelo foi reinventado, à luz de um ideal romântico de medievalidade. Muitas das estruturas primitivas foram sacrificadas, em benefício de uma ideologia que pretendia fazer dos monumentos medievais mais emblemáticos verdadeiras obras-primas, sem paralelos na herança patrimonial. Data desta altura o coroamento uniforme de merlões e ameias, bem como numerosos outros elementos de índole essencialmente decorativa e muito pouco prática.

No século XX, o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo reinventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 40 e 50, consumando-se assim o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.





No longínquo séc. XII, pouco antes da chegada de D. Afonso Henriques e seus cavaleiros ao Tejo, o Castelo de Almourol tinha como senhor um emir árabe, de seu nome Almorolon. Terá sido por causa do seu nobre gesto que o castelo ficou com o nome que tem.

O emir habitava no castelo com a sua filha, uma formosa donzela, que enchia de beleza não só o castelo como toda a paisagem à sua volta.

Mas um dia, tão formosa dama apaixonou-se por um jovem cavaleiro cristão, e cega pela paixão, ensinou-lhe como poderia entrar no castelo, durante a noite, para repetidas visitas amorosas.

Numa dessas noites, o jovem cristão, não foi sozinho, e abriu as portas do castelo para um exército invadir esse bastião dos mouros.

Foi de forma traiçoeira que o castelo foi conquistado.

Mas no final, o amor de pai foi mais forte e perdoou a inconsciência de sua filha. Preferindo a morte ao cativeiro, Almorolon e sua filha, lançaram-se abraçados das muralhas do castelo ao rio.







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