quarta-feira, 10 de março de 2010

Ponte da Barca


Ponte da Barca é uma vila portuguesa, que fica situada no coração do Alto Minho, na margem esquerda do rio Lima, a 39 quilómetros de Viana do Castelo. Deve o seu topónimo à "barca" que, até aos finais do século XV, fazia a travessia do rio na maioria das vezes transportando peregrinos a caminho de Santiago de Compostela, e à"ponte" construída em meados do séc. XV, que substituiu a barca medieval, mas o nome da vila honrou as duas: a primeira pela sua monumentalidade, a segunda pela história. A nomenclatura Ponte daBarca aparece pela primeira vez nas "inquirições" de 1220, sendo antes conhecida pelo nome de Terra daNóbrega (ou Anóbrega).
Terra natal dos irmãos poetas Diogo Bernardes e Frei Agostinho da Cruz, a povoação existe desde 1120 e esteve durante toda a Idade Média integrada nos domínios da Terra da Nóbrega. No século XVI, com o reordenamento jurídico e administrativo manuelino, a vila recebe foral e é eleita sede de concelho da Nóbrega. Dois séculos mais tarde, Ponte da Barca era uma vila próspera, de comerciantes e agricultores, que tal como hoje harmonizava a arquitectura popular com a erudita num quadro de granito e palacetes emoldurados pelo verde Minho
É vila sede de concelho, com cerca de 1500 habitantes, cujo foral, concedido por D.Manuel, remonta a 1513. A vila está repleta de construções apalaçadas com capelas e muros fronteiros, ameados e brasonados do séc. XVI e XVII, e dos quais destacamos os Paços do Concelho, o pelourinho, o abrigo porticado e a Matriz dedicada a S. João Baptista. Ponte da Barca é, também, um pólo de atracção pela pesca da lampreia, no Rio Lima, pelos coutos de caça, pelos desportos náuticos, pelo artesanato, pelo folclore, e pela gastronomia de requinte, bem como pelo vinho branco da Adega Cooperativa local.

Gastronomia
Ponte da Barca é dos concelhos mais ricos no tocante à gastronomia.Pode-se considerar que na gastronomia de Ponte da Barca se encontra o mais tradicional sabor, fruto da utilização dos mais variados e ricos produtos da região para a confecção das mais variadas especialidades. Desde sempre que o Homem soube valorizar tudo aquilo que a Terra e o Rio Lima lhe davam, talvez por isso a gastronomia de Ponte da Barca seja rica, variada e, em parte, sazonal devido à tradição popular quotidiana à qual os pratos estão associados (como é o caso da “matança do porco”).

Ponte da Barca possui uma gastronomia de requinte:                   
                                                                                                         
o o presunto e a broa de milho;
  o as papas de sarrabulho;
    o a chanfana de cabra
      o a lampreia;
        o o cabrito;
          o e aquele branco extra da
             Adega Cooperativa
                                                                           
                                                                                       Lampreia

                                                                 Papas de Sarrabulho

Relativamente à doçaria, esta sofreu influência do célebre mosteiro de Vila Nova de Muía, por onde passaram os Cónegos Regrantes de St. Agostinho e onde esteve recolhido D. Afonso Henriques, durante duas semanas, para preparar o Recontro de Valdevez. São doces à base de pão de ló e ovos, como é o caso do bolo branco. Temos ainda o leite creme (queimado) e as Rabanadas de Mel que podem ser encontrados na ementa de diversos restaurantes.

Rabanadas de mel
                               
                                Pão - de - Ló

 

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sexta-feira, 5 de março de 2010

Barragem de Castelo de Bode

A Barragem de Castelo de Bode é uma das mais importante barragens portuguesas. Situada nos limites dos concelhos de Tomar e Abrantes, pertence ao conjunto de barragens da bacia do rio Zêzere.
A barragem de Castelo de Bode é utilizada para abastecimento de água, designadamente a Lisboa, produção de energia eléctrica, defesa contras as cheias e actividades recreativas. É utilizada pelos adeptos de desportos como o windsurf, vela, remo, motonáutica e jet ski bem da pesca desportiva (truta, achigã, enguias e lagostim vermelho).
A Albufeira do Castelo do Bode é a maior bacia hidrográfica do país. A sua envolvência natural de rara beleza é um misto de calma e de puro divertimento consoante as aptidões e desejos de cada um.
O verde e o azul criam uma cumplicidade de tal forma magnífica, que estaremos perante um verdadeiro paraíso situado mesmo no centro do país.
Seja pura e simplesmente para relaxar, seja para passeios campestres ou para a prática do Mergulho, o Windsurf ou o Ski Aquático, a Albufeira do Castelo do Bode tem muitas opções para lhe oferecer.
A permanência nesta zona fica garantida pela existência de alojamento variado que agrada a todos: se for amante do campismo encontra aqui um local onde poderá permanecer em segurança e com todas as condições de conforto e higiene indispensáveis; se preferir a comodidade do seu lar, encontrará na Estalagem do Empreendimento Turístico Vale Manso o seu local de eleição.
Nas localidades de Aldeia do Mato e Fontes foram desenvolvidos dois miradouros que permitem tirar o máximo partido da magnífica paisagem que a Albufeira tem para oferecer.
Ainda em Aldeia do Mato foram construídas um conjunto de infra-estruturas turísticas e recreativas com parque de estacionamento, zona de desportos náuticos não motorizados, marina, pavilhão para recolhimento e manutenção de embarcações, piscinas flutuantes, bar e instalações sanitárias: o Parque Náutico de Recreio e Lazer.
Reconhecendo todo o potencial turístico da Albufeira, a Câmara Municipal de Abrantes, paralelamente a todos estes equipamentos, desenvolveu um importante projecto de valorização do património edificado e ambiental da zona e de promoção da Albufeira: o Ecomuseu, cuja sede está na localidade de Martinchel e sendo já uma peça fundamental na promoção turística da Albufeira, dispondo de um centro de apoio, estudos e divulgação da área.
Nesta zona podes acima de tudo, desfrutar do ar puro, da pesca, da zona de banhos, das piscinas e do variado leque de desportos náuticos da Albufeira de Castelo de Bode. Não hesites em perder algumas horas neste maravilhoso espaço lúdico. Podes ainda optar por um passeio no Barco de São Cristóvão, embarcação de recreio onde são servidas as refeições durante a viagem.
Como chegar    
De automóvel. Partindo de Lisboa vá pela A-1 até encontrar o desvio para o IP6 - em direcção a Torres Novas; depois é só seguir as indicações em direcção a Tomar. Para quem vem do Porto, segue também pela A-1, saindo para o IP6, em direcção a Torres Novas, fazendo de forma idêntica o restante percurso.
 
 
 

Gastronomia
Da gastronomia desta zona destacam-se os pratos confeccionados com peixe do rio. Desde a cabidela de lampreia com arroz, passando pelas enguias de Boquilobo, às trutas grelhadas. Nos pratos de carne, realce para o leitão assado de Ferreira do Zêzere, para o cabrito assado com grelos e para a deliciosa morcela de arroz.

                                                          Enguias
  Morcela de Arroz                                                                    Leitão    

                    
Na doçaria, além da famosa palha de Abrantes, também são doces típicos as tigeladas, as broas de mel as limas, os castanhos e os mulatos.

Tigeladas
                                               Palha de Abrantes

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quinta-feira, 4 de março de 2010

Cais Palafítico da Carrasqueira

Carrasqueira
A aldeia ribeirinha da Carrasqueira, é uma aldeia do Concelho de Alcácer do Sal e localiza-se na Reserva Natural do Estuário do Sado e vizinha da Comporta (do topo sul da península de Tróia e respectivas praias), conserva uma obra-prima da arquitectura popular. Trata-se de um impressionante cais palafítico, que se estende e ramifica ao longo de centenas de metros pelos esteiros lamacentos do rio Sado.
 Vou relatar a história que poucas pessoas conhecem e que teve início 30 anos atrás…
Os habitantes da aldeia da Carrasqueira dividem a labuta diária entre a faina do mar e o amanho da terra. A primeira pesca foi a apanha de amêijoas de cabeça (que eram vendidas a pessoas que se deslocavam à aldeia e aí as compravam). Nesses tempos não haviam balanças, pelo que eram utilizadas latas de meia arroba para servir de medida.
Depois as pessoas começaram a comprar ostras. Foi esta pesca que trouxe um grande desenvolvimento à Carrasqueira. Pelo que houve a necessidade de arranjar condições para acolher o crescente número de pescadores e respectivas embarcações.
E para que a pesca fosse possível, importava criar um acesso à água que não ficasse condicionado ao vai e vem das marés. É que, em situação de maré cheia a água atingia e às vezes galgava o “muro de maré” que defendia os terrenos agrícolas, para depois recuar na maré vazia algumas dezenas, senão centenas, de metros, entrepondo uma barreira de lodo entre a terra e a água.
Assim, escolhida que foi a melhor localização, no final de uma vala de drenagem dos terrenos agrícolas, dois pescadores lembraram-se de espetar uma estaca na borda do muro e puseram umas tábuas por cima para passarem. Os pescadores foram-se assim juntando dois a dois, constituiriam o seu bocado, espetavam mais estacas adiante do que estava e punham tábuas por cima, sendo que cada pescador atracava os barcos no seu lado. Este foi um processo evolutivo que prolongou o emaranhado de estacas e tábuas por centenas de metros.
Isto passou-se nos anos 50/60 e os pescadores eram poucos então. Reconhecendo no Estuário um manancial de riqueza tão próximo, as populações locais foram evoluindo no seu aproveitamento, abraçando cada vez mais a pesca como actividade mais lucrativa, mas sem abandonarem por completo a agricultura (a agricultura era a actividade dominante, enquanto a pesca inicialmente não era mais do que um complemento dos parcos rendimentos que a agricultura de latifúndio permitia aos trabalhadores)

E assim nasce o Cais Palafítico da Carrasqueira, que é hoje um dos locais mais visitados do concelho de Alcácer.



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Óbidos


Óbidos é uma vila portuguesa no distrito de Leiria.
Ao contrário do que se possa pensar, o nome Óbidos não deriva da parónima óbitos, mas sim do termo latino oppidum, significando «cidadela», «cidade fortificada». Nas suas proximidades ergue-se a povoação romana de Eburobrittium

Terá sido tomada aos Mouros em 1148, e recebido a primeira carta de foral em 1195, sob o reinado de D. Sancho I. Óbidos fez parte do dote de inúmeras rainhas de Portugal, designadamente Urraca de Castela (esposa deD. Afonso III, Rainha Santa Isabel (esposa de D. Dinis), Filipa de Lencastre(esposa de D. João I), Leonor de Aragão (esposa de D.Duarte), Leonor de Portugal (esposa de D. João II ), entre outras.
Em 1527, viviam 161 habitantes na vila, o que corresponderia a cerca de 1/10 da população do município. A área amuralhada era já nessa época idêntica à actual, ou seja, 14,5 ha.
Foi de Óbidos que nasceu o concelho das Caldas da Rainha, anteriormente chamado de Caldas de Óbidos (a mudança do determinativo ficou a dever-se às temporadas que aí passou a rainha D. Leonor).
A 16 de Fevereiro de 2007, o castelo da cidade recebeu o diploma de candidata como uma das Sete Maravilhas de Portugal.

A vila de Óbidos guarda séculos de história entre as suas muralhas. Com um vasto património de arquitectura religiosa e vestígios histórico - monumentais, a vila de reis e rainhas foi, noutros tempos, local de preferência para descanso ou refúgio das desavenças da Corte.

Óbidos surge como um burgo medieval por onde o tempo parece não ter passado. Dentro da extensa muralha que percorre a colina, existe uma vila de ruas estreitas em calçada, casas brancas com barras azuis ou amarelas, vasos à janela e candeeiros antigos. Tudo está devidamente preservado, até as antenas de televisão e os cabos de telefone foram eliminados, optando-se por cabos subterrâneos, de modo a manter a estética medieval. Por entre as casas misturam-se inúmeras igrejas e capelas, algumas destruídas com o terramoto de 1755 e restauradas depois. De todas, há a realçar a Igreja Matriz de Santa Maria que presta homenagem à famosa pintora natural da terra nascida no século XVII -Josefa d”Óbidos. No ponto mais alto situa-se o castelo, actuais instalações da pousada. Dizem que ao castelo de Óbidos já veio bater o mar em outros tempos. Há até quem aponte a existência de argolas de bronze e pedras furadas onde se prendiam as barcas. Ainda não houve quem as encontrasse mas, a verdade, é que há por aquelas bandas muitos fósseis marinhos.

Óbidos é uma lindíssima vila de casas brancas enfeitadas com buganvílias e madressilvas que foi conquistada aos mouros pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, em 1148.

Mais tarde, D. Dinis doou-a a sua mulher, a rainha Santa Isabel. Desde então e até 1883, a vila de Óbidos e as terras em redor foram sempre pertença das rainhas de Portugal.
Envolvida por uma cintura de muralhas medievais e coroada pelo castelo mouro reconstruído por D. Dinis, que hoje é uma pousada, Óbidos é um dos exemplos mais perfeitos da nossa fortaleza medieval.
Como nos tempos antigos, a entrada faz-se pela porta sul, de Santa Maria, embelezada com decoração de azulejos do séc. XVIII.
Dentro das muralhas, que sob o sol poente tomam uma coloraçãodourada, respira-se um alegre ambiente medieval, feito de ruas tortuosas, de velhas casas caiadas de branco com esquinas pintadas de azul ou de amarelo, de vãos e janelas manuelinas, lembrando que D. Manuel I (séc. XVI) aqui fez grandes obras, de muitas flores e plantas coloridas.
Não deixe de visitar a Igreja Matriz de Santa Maria, a linda capela de São Martinho e, fora das muralhas, a Igreja do Senhor da Pedra.

Dos eventos que se realizam anualmente em Óbidos merecem destaque as Festas da Semana Santa (em que são recriados os passos da via Sacra), o Festival de Música Antiga, em Outubro e, para os mais gulosos, o Festival Internacional do Chocolate, em Novembro, de que faz parte um concurso internacional onde as receitas são avaliadas por um júri internacional de especialistas.
A magnífica vila medieval de Óbidos, rodeada por muralhas, respira equilíbrio e atrai o visitante. É chamada " vila de rainhas " porque tornou-se tradição os reis oferecerem-na de presente às rainhas.
Algumas das igrejas, que vale a pena visitar, foram mandadas construir pelas rainhas quando tinham um filho.
De casario branco e bem conservado, com pórticos manuelinos e janelas floridas, as ruas e pequenos largos dão resguardo a jóias da arquitectura religiosa e civil, como a Igreja de Misericórdia (séc. XV), a Igreja de São Pedro (séc. XVIII) e a Capela de São Martinho (séc. XIV). O Paço Real e o próprio perímetro das muralhas do castelo, de onde se avista o Aqueduto das Águas Livres, são também visitas a não perder.
Prove a gastronomia local, de que se destaca a caldeirada de peixe da Lagoa de Óbidos, acompanhada pelos vinhos da região demarcada. Ainda dentro das muralhas, encontram-se numerosos bares típicos, onde se pode apreciar uma bebida típica: a ginjinha.

Bem perto de Lisboa, esta é das mais pitorescas e mais visitadas localidades do país que hoje é palco, ao longo do ano, de inúmeros acontecimentos culturais e turísticos.
Surpreenda o seu amor e ofereça-lhe Óbidos, tal qual fez D. Afonso II a D. Urraca ou D. Dinis a D. Isabel, que a incluíram no dote de casamento das rainhas.
Cruze a Porta da Vila, forrada a azulejos setecentistas, e embarque numa viagem pelos tempos dos amores fidalgos. Descubra cada recanto desta vila - museu, repleta de roseirais, verdadeiros convites ao romance. Na Rua Direita, que o conduz ao Paço, deslumbre-se com o quadro criado pela alvura do casario, delineado com barras azuis ou amarelas.
Familiarize-se com os hábitos locais e pare na Ginjinha d’Óbidos ou no bar Ibn Errick Rex (e descubra o motivo cosmopolita do nome...) para um trago daquela bebida tão típica. Visite as lojas de olaria e escolha uma recordação destes momentos.
Suba à muralha para uma paisagem a perder de vista ou vá ao recém - inaugurado Parque Cinegético, localizado na encosta oeste da vila, e delicie-se com uma privilegiada vista sobre a Várzea da Rainha e a observação da vida das famílias de gamos e patos reais.
Guarde todos estes momentos com uma fotografia tirada junto à igreja de Santa Maria, monumento que é testemunha, desde o século XIX, de milhares de uniões.



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quarta-feira, 3 de março de 2010








 O Castelo de Almourol foi levantado num afloramento de granito, que constitui esta pequena mas enigmática ilha com 310 metros de comprimento e 75 de largura, na freguesia de Praia do Ribatejo, no concelho de Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém.

Não há certezas sobre o momento do lançamento da primeira pedra para o Castelo de Almourol. A pesquisa arqueológica remete para vestígios do tempo romano, no século I antes de Cristo. Especula-se mesmo sobre um muito mais antigo castro pré-histórico naquele lugar. O que é indiscutível é que, antes da Reconquista Cristã, Almourol foi fortim para alanos, visigodos e mouros.

Ao longo dos séculos, o Castelo de Almourol passou por sucessivas reedificações. O monumento que o visitante de hoje encontra está identificado como notável amostra da arquitectura militar da época dos Templários: tem a planta quadrangular delimitada por muralhas altas reforçadas por torres adossadas com uma mais altaneira torre de menagem. Uma placa epigráfica que encima o portão principal do castelo dá-nos a preciosa indicação de que as obras foram concluídas em 1171, sob a influência de Gualdim Pais, o quarto Grão-Mestre da Ordem dos Templários em Portugal. Era o tempo do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques (1112-1185). Sabe-se que o rei conquistador entregou o castelo à Ordem Templária, a quem estava atribuída a missão de povoamento dos territórios entre o Mondego e o Tejo, num tempo em que Coimbra era capital do reino.


O castelo tornou-se então um ponto nevrálgico do médio Tejo. Assumiu larga importância no comércio entre Lisboa e outros locais do território.

Concluída a conquista do que é hoje o território português, com a posterior extinção da Ordem do Templários (em 1311), o Castelo de Almourol foi transferido para a tutela da Ordem de Cristo.

Sabe-se que o grande terramoto de 1755 também abriu brechas em Almourol. O coroamento uniforme das muralhas por ameias e merlões fixa uma fase de reedificação em meados do século XIX. Data desse tempo a entrega do Castelo de Almourol ao encargo do Exército português.

Em 16 de Junho de 1910, o Castelo de Almourol recebeu por decreto régio a classificação de Monumento Nacional de Portugal. É, sem dúvida, uma maravilha de Portugal.



Situado numa pequena ilha escarpada, no curso médio do rio Tejo, o Castelo de Almourol é dos monumentos militares medievais mais emblemáticos e cenográficos da Reconquista, sendo, simultaneamente, um dos que melhor evoca a memória dos Templários no nosso país.

As origens da ocupação deste local são bastante antigas e enigmáticas, mas o certo é que em 1129, data da conquista deste ponto pelas tropas portuguesas, o castelo já existia e denominava-se Almorolan.

Entregue aos Templários, principais responsáveis pela defesa da capital, Coimbra, o castelo foi reedificado e assumiu as características arquitectónicas e artísticas essenciais, que ainda hoje se podem observar. Através de uma epígrafe sobre a porta principal, sabemos que a conclusão das obras foi em 1171, dois anos após a grandiosa obra do Castelo de Tomar. São várias as características que unem ambos, numa mesma linha de arquitectura militar templária. Em termos planimétricos, a opção foi por uma disposição quadrangular dos espaços. Em altura, as altas muralhas, protegidas por nove torres circulares adossadas, e a torre de menagem, verdadeiro centro nevrálgico de toda a estrutura.

Estas últimas características constituem dois dos elementos inovadores com que os Templários pautaram a sua arquitectura militar no nosso país. Com efeito, como deixou claro Mário Barroca, a torre de menagem é estranha aos castelos Pré-românicos, aparecendo apenas no século XII e em Tomar, o principal reduto defensivo templário em Portugal1. A torre de menagem do castelo de Almourol tinha três pisos e foi bastante modificada ao longo dos tempos, mas mantém ainda importantes vestígios originais, como a sapata, que nos dá a dimensão geral da estrutura. Por outro lado, também as muralhas com torreões adossados, normalmente providas de alambor, foram trazidas para o ocidente peninsular por esta Ordem, e vemo-las também aplicadas em Almourol.

Extinta a Ordem, e afastada a conjuntura reconquistadora que justificou a sua importância nos tempos medievais, o castelo de Almourol foi votado a um progressivo esquecimento, que o Romantismo veio alterar radicalmente. No século XIX, inserido no processo mental de busca e de revalorização da Idade Média, o castelo foi reinventado, à luz de um ideal romântico de medievalidade. Muitas das estruturas primitivas foram sacrificadas, em benefício de uma ideologia que pretendia fazer dos monumentos medievais mais emblemáticos verdadeiras obras-primas, sem paralelos na herança patrimonial. Data desta altura o coroamento uniforme de merlões e ameias, bem como numerosos outros elementos de índole essencialmente decorativa e muito pouco prática.

No século XX, o conjunto foi adaptado a Residência Oficial da República Portuguesa, aqui tendo lugar alguns importantes eventos do Estado Novo. O processo reinventivo, iniciado um século antes, foi definitivamente consumado por esta intervenção dos anos 40 e 50, consumando-se assim o fascínio que a cenografia de Almourol causou no longo Romantismo cultural e político português.





No longínquo séc. XII, pouco antes da chegada de D. Afonso Henriques e seus cavaleiros ao Tejo, o Castelo de Almourol tinha como senhor um emir árabe, de seu nome Almorolon. Terá sido por causa do seu nobre gesto que o castelo ficou com o nome que tem.

O emir habitava no castelo com a sua filha, uma formosa donzela, que enchia de beleza não só o castelo como toda a paisagem à sua volta.

Mas um dia, tão formosa dama apaixonou-se por um jovem cavaleiro cristão, e cega pela paixão, ensinou-lhe como poderia entrar no castelo, durante a noite, para repetidas visitas amorosas.

Numa dessas noites, o jovem cristão, não foi sozinho, e abriu as portas do castelo para um exército invadir esse bastião dos mouros.

Foi de forma traiçoeira que o castelo foi conquistado.

Mas no final, o amor de pai foi mais forte e perdoou a inconsciência de sua filha. Preferindo a morte ao cativeiro, Almorolon e sua filha, lançaram-se abraçados das muralhas do castelo ao rio.







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