sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Alcoutim


Alcoutim é um paraíso de tranquilidade entre a serra do Caldeirão e o rio Guadiana, fronteira natural com a vizinha Espanha.
Longe do bulício das praias do Litoral, esta terra ainda conserva muitas das tradições enraizadas por uma cultura milenar. A sua paisagem singular, com o Rio Guadiana serpenteando as vilas ribeirinhas, dão-lhe um cariz nostálgico. Alcoutim é um concelho com história, patente no harmonioso Castelo e nos inúmeros vestígios arqueológicos, localizados nesta terra, escolhida por diferentes civilizações. Uma terra com carisma, onde o artesanato tradicional representa o elo de ligação da sua cultura através das várias gerações de Alcoutenejos. É assim Alcoutim, uma reserva turística para aqueles que são atraídos pelo pitoresco, pela natureza e pelas tradições.
História - As origens de Alcoutim devem remontar ao Calcolítico, onde se terá fixado uma tribo celtibética, Nos princípios do século II a.C. foi ocupada pelos Romanos, que lhe deram o nome de Alcoutinium. Em 415 foi conquistada pelos Alanos e um século depois pelos Visigodos. Durante 73 anos esteve sob domínio bizantino, entre 552 e 625. Nos princípios do século VIII passou para o domínio dos Mouros, que fortificaram a povoação. Em 1240, no reinado de D. Sancho II, Alcoutim é integrada no território português e em 1304, D. Dinis dotou-a de foral, mandando reedificar as muralhas e o castelo. Este monarca doou a vila à Ordem Militar de São Tiago. Aqui foi celebrado um tratado (Paz de Alcoutim) entre o rei de Portugal D. Fernando I e D. Henrique, rei de Castela, que pôs fim à primeira guerra fernandina. Em 1520, D. Manuel reformou o anterior foral e elevou a vila a condado a favor dos primogénitos dos Marqueses de Vila Real. O facto de os donatários terem seguido o partido espanhol durante o período de dominação filipina, levou a que os seus bens revertessem, a partir de 1641, a favor da Casa do Infantado. Entretanto Alcoutim foi palco de escaramuças militares durante a Guerra da Restauração, podendo-se destacar, em 1642, o duelo de artilharia travado com S. Lucar del Guadiana. Esta localidade chegou mesmo a ser ocupada militarmente durante algum tempo pelas forças portuguesas no ano de 1666. Os últimos conflitos aconteceram entre Liberais e Miguelistas que disputaram a posse do rio Guadiana. Diz-se que o célebre Remexido incendiou algumas repartições da vila. Nos meados do século XIX ainda mantinha as muralhas com as suas três portas: a do Guadiana, a de Mértola e a de Tavira. Ultimamente tem sido muito descaracterizada.
Artesanato - A região mantém bem vivo o seu artesanato, eminentemente ligado à vida rural, com peças que vão das tradicionais mantas de lã ou de trapos, à cestaria em cana e vime, olaria, bordados e rendas, toalhas de linho, arranjos florais em palha de milho, bonecas de juta, e tantas outras. A caça, a carne de porco e de borrego, e o peixe do rio constituem a base de uma rica e diversificada gastronomia, onde se destaca também uma apetitosa doçaria que reflecte, em grande parte, a abundância de mel, figos e amêndoas do Algarve.
As manifestações artesanais como foi citado em cima prendem-se à vida rural e são constituídas, na maioria das vezes, por objectos predominantemente utilitários. Outrora, os excedentes eram comercializados nos mercados algarvios e alentejanos, hoje assiste-se ao gradual desaparecimento de actividades com tradições seculares: a latoaria, a marcenaria, a ferragem, a cestaria, a tecelagem, a olaria, etc. Um pouco por todo o concelho é ainda possível adquirir junto das tecedeiras as tradicionais peças de lã ou de linho: toalhas, mantas, alforges, sorianos, etc. Apesar da sua recente criação, destacam-se, como manifestações figurativas, os bonecos de juta, representando figuras típicas da região. Feitos numa oficina artesanal em Martilongo (A Flor da Agulha) encontram-se nos principais centros turísticos algarvios. Uma palavra de referência merecem as flores de palha de milho de Lutão de Baixo.
Por tudo isto, aliado à hospitalidade e simpatia das suas gentes, Alcoutim merece a sua visita.
Gastronomia:
A proximidade do rio Guadiana, a riqueza cinegética e a agricultura praticadas no concelho de Alcoutim, reflectem-se na sua gastronomia. Os pilares da alimentação no concelho são sobretudo a carne de porco, o pão e o azeite.
A carne de porco é um dos pilares mais importantes na riqueza gastronómica alcouteneja.
O pão é utilizado para confeccionar diversos tipos de pratos e tem a vantagem de se poder aproveitar mesmo depois de duro - as migas, sopas, açordas, gaspacho ou ensopados são habitualmente confeccionados a partir de pão duro.
O azeite é conseguido através da azeitona, fruto da oliveira. Depois da apanha da azeitona, seleccionam-se as que servem para fazer conserva e as que serão transformadas em azeite. Mas como se consegue o azeite? Na sua forma tradicional a azeitona era moída em moinhos, a massa era espremida em "queijeiras", colocava-se a massa numa bolsa de pano cru e juntava-se água bem quente, espremendo-se até sair todo o azeite, que corria para um alguidar de barro com um orifício na parte inferior tapado com um pequeno pau, que no final era retirado, saindo a "água ruça" e ficando o azeite1. O azeite é gordura essencial para a confecção dos pratos ou tempero dos alimentos.
Gaspacho

Nas zonas mais próximas do rio Guadiana, o peixe também faz parte dos pilares da alimentação, nomeadamente a lampreia, a enguia, o barbo e o muge. Estas bases são complementadas pelos produtos da horta (frutas, legumes e hortaliças), pelas árvores (oliveira, amendoeira, figueira e medronheiro, etc.) e pelas plantas e ervas aromáticas (orégãos, poejos, coentros, etc.)
No campo da doçaria, de realçar o bolo de massa de pão, o nógado, filhós, folares e azevias.
A acompanhar as refeições não pode faltar um bom vinho caseiro e como digestivo uma aguardente de figo ou de medronho ou um dos licores tradicionais.




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